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DIVERSIDADE X MERITOCRACIA: A armadilha dos opostos

A meritocracia não se opõe à diversidade cognitiva e sim representa um instrumento de qualidade quando competências, habilidades distintas e modelos diversos de inteligência, essenciais para a competitividade das empresas, são critérios de mérito. 


A cultura woke revelou um fato importante no mundo corporativo: a militância cega pelas bandeiras de minorias. Políticas de Diversidade, Equidade e Inclusão (DEI) foram abraçadas por grandes corporações, seguindo uma cartilha do "politicamente correto" e recomendações de consultorias mais prestigiadas do mundo, como a Deloitte, EY, KPMG e PwC. Todas com uma visão e experiências de que a inclusão é um caminho importante para ampliar a diversidade cognitiva nas empresas, essencial para a inovação nos negócios. Mas, o que parecia simples, o conceito de diversidade e inclusão tomou proporções de militância woke, onde a inclusão deixa de ser um meio para alcançar a diversidade cognitiva para se tornar uma bandeira a favor de minorias identitárias. Sem surpresa alguma, pelo erro estratégico de se fazer prevalecer o voluntarismo do "politicamente correto" e não focar no que os seus clientes acreditam e desejam, o boicote de consumidores mais conservadores foi e tem sido desastroso para muitas empresas. Grandes e bons exemplos disso vêm de empresas como a Amazon, Walmart, Meta, Target, Bud Light, Jack Daniel's, Jon Deere, Tractor Supply e outras, que, por pressão dos consumidores e acionistas, estão abandonando as iniciativas de Diversidade, Equidade e Inclusão (DEI) em busca de um "retorno às origens" ou propósito. No entanto, muitas delas estão jogando fora, em uma só baciada, a militância e todas as vantagens que uma política de diversidade que eleva a capacidade cognitiva e criativa das empresas. É simples: A diversidade cognitiva é produto da diversidade étnica, racial e de gênero nas equipes, enquanto a homogeneidade de pensamento conspira contra a inovação. 


Empresas que compreendem isso estão preservando as políticas de construção da diversidade cognitiva, onde a inclusão é meio e não fim. Com isso, metas de inclusão social estão sendo substituídas pela derrubada de preconceitos nos processos de seleção, onde competências, habilidades distintas, modelos diversos de inteligência são mais do que bem-vindos, são necessários. 


Essa é uma tendência (ainda incipiente) que já observamos no apoio a empresas brasileiras. No entanto, ainda prevalece em muitas empresas a crença de que a diversidade como compromisso social, em um contexto de política identitária, ajuda os negócios quando se busca atrair minorias como clientes, tal como a Walmart, Target, Bud Light, Jack Daniel's, Jon Deere (e tantas outras) também assim pensavam. Do outro lado, tal como ocorreu com as empresas que abandonam a DEI para fugir da militância e do boicote de consumidores, uma nova corrente surge entre empresas em favor do MEI (Mérito, Esforço e Incentivo), onde a meritocracia é a essência, uma visão de que mérito e diversidade estão em lados opostos (MEI x DEI). 


Essa é também uma grande armadilha que pode levar as empresas a uma maior homogeneidade de pensamento e visão de mundo, visto que a meritocracia não se opõe à diversidade cognitiva e sim representa um instrumento de qualidade quando competências, habilidades distintas e modelos diversos de inteligência, essenciais para a competitividade das empresas, são critérios de mérito. 


Mérito é um conceito subjetivo que depende de quem julga, o que faz com que toda política de desenvolvimento de talentos precise contemplar diretrizes e critérios claros de julgamento, onde o preconceito não pode ter moradia. Assim, a revolução do mérito permite afastar de vez metas de inclusão e de políticas afirmativas como estratégia de negócio, em favor da diversidade cognitiva das equipes e não mais pelo número de colaboradores admitidos em razão exclusiva de cor, gênero e etnia. 


Saiba construir, fale conosco. 

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