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QUEM TEM MEDO DO RIDÍCULO?

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"Quem tem medo do ridículo, não vive o extraordinário"


O medo é um fenômeno humano natural, e é tão central que molda o comportamento das pessoas e até mesmo de uma sociedade. Bem por isso, Thomas Hobbes disse que sem medo não há pacto social.


Na autoconsciência, o medo nos alerta sobre a imagem que projetamos, impondo apreensão sobre a nossa reputação na relação com os outros. Assim, o medo não é apenas o receio de ser criticado ou ridicularizado, mas também, em uma dose saudável, funciona como um alerta para o bom senso e humildade. Mesmo assim, o medo nos ambientes corporativos está fortemente ligado ao receio das pessoas de cometer gafes e de ser submetidas à críticas por não se encaixar na corrente majoritária de pensamento e, assim, ficar fora do grupo de influência. 


Por isso, essa sensação pode ser paralisante, impedindo que as pessoas ajam por receio de passar por ridículo. 


A preocupação excessiva com o que os outros pensam gera ansiedade e insegurança, entorpecendo toda e qualquer capacidade de criação e restringindo até mesmo a evolução e o compartilhamento do conhecimento. 


Não há novidade alguma nisso, mas nem todas organizações lidam de forma assertiva com o medo, como um fenômeno natural levado especialmente por incertezas. 


Quando excessivo, esse medo paralisa, gera ansiedade e compromete a criatividade, o compartilhamento de conhecimento e a evolução das equipes. Ainda assim, poucas organizações lidam bem com ele, deixando de desenvolver um ambiente propício à inovação e ficam propensas à estagnação e ao desaparecimento. Ambientes corporativos tóxicos são mais comuns do que se admite: equipes inseguras evitam o contraditório, reforçam a mesmice e se agarram ao conforto da aceitação.


Mas isso é claro na teoria, mas nada fácil na prática. As empresas são produto de suas culturas e transformações e, por isso, mudanças de paradigmas e um repensar de seus modelos de governança podem ser uma condição chave para a construção de um ambiente favorável à inovação. Desafio para líderes. 


A liderança contemporânea opera em crescente complexidade e depende de confiança. Pesquisa da McKinsey com CEOs de destaque da Fortune 500 identificou um traço comum: eles desafiam a complacência, promovem franqueza radical e mantêm humildade constante. O co-líder da McKinsey, Kurt Strovink, resume: não são sobre-humanos, apenas aprendem mais rápido e se adaptam melhor. Ele cita Jamie Dimon, CEO do JPMorgan Chase, que orienta suas equipes: “Não tragam sua melhor versão, tragam a pior — coloquem os problemas na mesa.”


O estudo mostra que o sucesso desses líderes nasce de uma mudança profunda na cultura do conhecimento. Sai o comando hierárquico “tragam soluções, não problemas” e entra o ambiente em que se afirma: “coloquem os problemas na mesa; a solução construímos juntos”.


Construir uma cultura de confiança e aprendizado é chave — onde o medo do ridículo deixa de ser obstáculo.

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