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ANO NOVO, NOVOS PLANOS TAMBÉM NAS EMPRESAS, mas não foi sempre assim?

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Faltam poucos dias para 2026 chegar. É apenas um marco simbólico, mas carregado de significado e capaz de provocar reflexões inevitáveis. Como foi 2025? Um ano de avanços reais ou, sobretudo, de resiliência?


A resiliência é essencial para atravessar momentos de crise. No entanto, ela carrega um paradoxo pouco discutido: quanto mais a empresa se orgulha de ser resiliente, menor tende a ser sua disposição para se transformar. Quando a resiliência passa a ocupar o centro da narrativa corporativa, corre-se o risco de substituir mudança por resistência e progresso por mera adaptação.


Isso pode parecer óbvio — e até incomum —, mas quantas empresas, de fato, se preparam para um mundo marcado por mudanças rotineiras e cada vez mais impactantes? A percepção dominante é a de que vivemos em crise permanente — basta observar o cenário geopolítico — ou, no mínimo, em um ambiente de incertezas constantes. Daí emerge a cultura do “adaptar-se ou morrer” e a repetição quase automática da máxima de Jack Welch: “adaptar-se rapidamente é a única vantagem competitiva sustentável”.


Essa lógica pode ser útil no curto prazo, mas raramente altera o modelo mental predominante de proteção, aversão ao risco e preservação de estruturas. O resultado é uma postura passiva, defensiva, que se traduz em ajustes de margem, cortes de custos e aumento do esforço humano com novas metas e métricas. Os problemas deixam de ser algo a ser resolvido e passam a ser algo a ser administrado.


A resiliência representa estagnação quando se transforma em elogio à capacidade de suportar aquilo que deveria ser transformado. Quando não vem acompanhada de inovação, aprendizado e ruptura, ela funciona como um amortecedor que bloqueia a destruição criativa. O sistema sobrevive, mas não progride.


Sistemas verdadeiramente evolutivos fazem mais do que resistir. Eles assumem comando, se reorganizam em torno de propósitos de longo prazo — e não apenas de respostas emergenciais. Revisam paradigmas, abandonam práticas incompatíveis com seus objetivos e constroem novas trajetórias de crescimento.


Se 2025 foi um ano de sobrevivência — marcado por juros elevados, mercados deprimidos e incertezas —, 2026 precisa ser um ano de novas práticas. Não porque o mundo dos negócios vá mudar radicalmente, mas porque a defesa permanente e o progresso por adaptação já não garantem as vantagens competitivas que todos disputam.


Contra a inércia, contrate caráter, desenvolva talentos.

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